Nos últimos dias tenho passado os olhos num livro intitulado Damas, Ases e Valetes, que ao contrário do que se possa pensar não fala de jogos de cartas ou cartomancia. Este último tema até é bastante do meu agrado mas não é o caso. Em resumo, trata-se de conversas entre duas primas através de um computador, revivendo momentos do passado, entre lutas estudantis e amores falhados, reflectindo sobre o presente e um amanhã nem sempre belo…
E de repente, leio uma frase que me fez pensar…”não tens a sensação de que temos um imenso prazer em estarmos juntas mas que no entanto guardamos as coisas verdadeiramente importantes para os mails?”
De facto, quantas vezes estamos com este ou com aquela horas a fio, dias, semanas mas esperamos que haja o factor net, telefone, sms… a tecnologia toda para dizer o que calamos, omitimos e disfarçamos. É mais fácil dizer num blog que estou farto disto ou daquilo, para uma multidão de anónimos, que não nos vão dar a mão, do que baixar a guarda e dizer a quem está ao nosso lado a tristeza que nos invade ou contar a alegria de algo que se passou. Os namoros terminam por mensagens, os telefonemas podem mudar o rumo de vidas… porque é mais fácil, porque custa muito olhar nos olhos... porque, afinal, as pessoas dão muito trabalho.
Se eu pudesse escrevia um livro!
Há 10 anos
1 comentário:
"porque, afinal, as pessoas dão muito trabalho"
Não sei essa é a única conclusão que podemos tirar de tudo o que disseste...
Será, também,nalguns casos, mas não só...
Realmente, às vezes, é mais difícil abrir a alma a quem nos está próximo. Por feitio, por cobardia, porque não queremos massacrar quem nos rodeia, porque não é fácil expor o que vai cá dentro, porque por vezes custa menos escrever do que falar, porque...
Entendo o que queres dizer mas não é sempre só isso...
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