Infelizmente, ainda doí. Infelizmente, ainda sinto uma sensação de claustrofobia e de angústia quando penso que podes estar por perto. Infelizmente, ainda choro. Ainda tenho pesadelos e sinto uma revolta que não sei explicar. Gostaria que me fosses indiferente, apenas alguém que não me lembro bem, gostaria de não pensar que fui mais um dos teus brinquedos...
Sei que não te quero de volta, apenas gostaria de ter um pouco de respeito, por tudo o que se passou entre nós, mas nem isso foste capaz! Tal como eu previra que ia acontecer... Agora, nem a amizade existe. E é estranha essa sensação de filtrar nove anos de relação e ficar tão pouco. Há momentos que nunca iremos viver com mais ninguém, nem eu nem tu, mas agora que penso neles sinto apenas o vazio, nem saudade eu já sinto.
Conseguiste que nunca volte a confiar em alguém como confiei em ti, jamais vou entregar tudo como entreguei a ti, conseguiste esse feito. Muitas vezes digo, enquanto me lembrar desta, não me meto noutra... E a ti o agradeço! Dizias-me que eu ia acabar como a "mestre": sozinha, sem marido, nem filhos, nem nada, apenas a profissão e a profissão... Pois, talvez, assim seja, talvez tenhas razão mas à minha maneira serei feliz, e tu?
És apenas um miúdo crescido, que enquanto o brinquedo é novo tem interesse depois passa para o monte das velharias. Acabaste por te tornar naquilo que sempre disseste não ser. Tenho pena! Na realidade, espero que sejas feliz, tu e a tua família, na qual julgava pertencer e que muitas vezes colocava antes da minha, e desejo que estes 33 anos te façam acordar para a vida!
DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mario Quintana - Espelho Mágico